Há muitos anos médicos e pesquisadores vêm estudando as causas e consequências físicas e psicológicas do estresse. Muitos estudos comprovaram a relação entre o estresse e várias doenças como: hipertensão; infarto; diabetes; distúrbios hormonais, metabólicos, digestivos; gastrite; úlcera; doenças de pele e até mesmo câncer. Na área do comportamento, surgem o alcoolismo, consumo de drogas (calmantes, excitantes, maconha, cocaína, etc.), comportamento antissocial, crimes, depressão e suicídio.
Em resumo, os sintomas do estresse vão
de um simples resfriado até doenças graves, físicas ou psicológicas.
Estudos médicos concluíram que 80% dos clientes dos consultórios médicos sofrem de doenças relacionadas ao estresse. Ele afeta tanto homens quanto mulheres, do bebê ao idoso.
As Nações Unidas, através do seu órgão Organização Internacional do Trabalho (OIT) destaca o alto custo anual do estresse profissional em todo o mundo resultante do absenteísmo, baixa da produtividade, aumento das despesas com seguro saúde e outras despesas médicas e afastamento do trabalho, como mostram os números seguintes:
- Estados Unidos: 300 bilhões de dólares por ano.
- Europa: 20 bilhões de euros por ano.
- Brasil: 6 bilhões de reais por ano.
Em vista destes números, as empresas estão altamente preocupadas com o estresse. O estresse é um dos problemas de saúde mais comuns no ambiente de trabalho e é considerado uma das “epidemias do século XXI”.
O que é Estresse?
Muito se fala de estresse mas poucos sabem o que realmente é o estresse.
O médico HANS SELYE foi o primeiro a adotar o têrmo “estresse” ligado à fisiologia, em 1936. SELYE verificou que o organismo animal possuía a mesma resposta fisiológica a qualquer estímulo agressor (físico ou psicológico), sempre que este fosse interpretado como ameaça ao seu equilíbrio interno. Esta resposta fisiológica SELYE chamou de SÍNDROME de ADAPTAÇÃO GERAL, a qual se divide em 3 etapas: Reação de Alarme, Etapa da Resistência, Etapa da Exaustão.
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Como acontece
Ao perceber um perigo iminente, o Sistema Nervoso Simpático, que é um dos ramos do Sistema Nervoso Autônomo, entra plenamente em funcionamento ativando vários hormônios e produtos químicos, que seguem pela corrente sanguínea e em segundos atingem todas as células do corpo, preparando o organismo animal para a ação física: lutar ou fugir. Esta é a reação de alarme, também chamada de reação de luta ou fuga.
Quando o motivo para o estado de alerta desaparece (lutamos/fugimos) ou quando se reavalia a situação e se conclui pela sua insignificância, a reação de alarme começa a ceder. Novamente ocorrem uma série de descargas químicas e hormonais comandadas pelo outro ramo do Sistema Nervoso Autônomo que é o Sistema Nervoso Parassimpático. Este tem a função de desmobilizar o organismo, fazendo com que ele volte ao seu estado inicial de equilíbrio (baixo nível de alerta).
A reação de alarme permitiu ao Homem Primitivo alimentar-se, defender-se de animais perigosos e dos inimigos e adaptar-se ao ambiente em que vivia. Com o passar dos tempos, o Homem evoluiu tanto, desenvolveu sua inteligência e adaptou o ambiente em que vive às suas necessidades, que a força física não é mais o fator determinante da sua sobrevivência e bem-estar. Mudaram-se as armas e os inimigos: as armas de antigamente são hoje as agressões verbais, o descaso, as dificuldades financeiras, o trânsito intenso, a pressa, etc.; os animais ferozes de antes são hoje colegas de trabalho, empregados, chefes, vizinhos, desconhecidos e até parentes com quem entramos em atrito.
O grande problema do Homem Moderno é que apesar de não precisar mais enfrentar feras nem intempéries com sua força física, seu organismo ainda funciona como o dos habitantes das cavernas, mobilizando a reação de alarme sempre que ele se depara com algum fator que seja percebido como “ameaça” ao seu equilíbrio interno. Esta “ameaça”, atualmente, está representada por qualquer estímulo que exija do organismo animal adaptação e mudança. Entretanto, raramente lutamos fisicamente ou fugimos.
Por exemplo, muitas vezes temos que conviver no trabalho com pessoas que não gostamos, outras vezes sofremos pressões familiares e problemas com os filhos que provocam no nosso organismo a reação de alarme. Todavia, devido a condicionamentos culturais e emocionais, não fugimos nem lutamos. Racionalmente suprimimos nossos impulsos, mas não suprimimos a resposta bioquímica que toma conta do nosso organismo. Este já recebeu a ordem para desencadear a reação de alarme, que só será desativada se nos afastarmos do agente estressante ou concluirmos pela sua insignificância.
É importante salientar que as situações estressantes de curta duração não são as mais danosas para o nosso organismo. A reação de alarme permite que solucionemos o problema em minutos ou no máximo em algumas horas. É o estado prolongado e constante de preocupação, ansiedade e alerta sentido pelo nosso organismo (estresse crônico), que acaba afetando as nossas defesas.
Infelizmente, na vida agitada das grandes cidades deparamo-nos com muitos pequenos fatores estressantes no nosso dia-a-dia. Muitas vezes nem nos apercebemos da sua ação no nosso organismo. Isto pode levar ao estresse crônico. Como resultado, a pessoa que está cronicamente em alerta, perdeu a capacidade de mobilizar o seu SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO. Tendo passado tanto tempo no estado de alerta, seu organismo esqueceu-se como recuperar-se e relaxar.
Mas nem todo estresse é negativo, nós precisamos de um certo nível de estresse para agirmos e nos motivarmos. Sem um certo nível de stress seria impossível realizarmos qualquer coisa. Está comprovado que níveis muito baixos de estresse são tão prejudiciais ao organismo quanto o seu excesso. Logo, há um nível de estresse saudável (EUSTRESSE) e um nível de estresse prejudicial (DISTRESSE).
Não é preciso nem desejável eliminarmos todo stress. O importante é mantê-lo em um nível que nos permita funcionar eficazmente e aproveitar os desafios da vida. Como disse SELYE, “o estresse é o tempero da vida”.
É o distresse, resultante do estresse crônico, que é prejudicial à saúde e bem-estar da pessoa. Ele reduz a qualidade de vida e reflete negativamente no seu desempenho no trabalho.
O que fazer
Estresse não é uma doença, como se pode concluir do que foi visto antes. Assim sendo, não pode ser tratado com medicamentos. Estes servirão apenas para tratar as doenças causadas ou agravadas pelo estresse.
A realização de check-up médico apenas permitirá a identificação da doença e seu consequente tratamento, mas não atuará na causa da doença, caso esta seja o estresse. Por exemplo, uma pessoa faz uma úlcera devido ao estresse crônico a que está sujeita no ambiente familiar; vai ao médico e faz um check-up completo para avaliar sua saúde. Após todos os exames e avaliações, conclui-se que ela tem apenas uma úlcera, devido à grande tensão em que vive. O médico receita os medicamentos devidos no caso e dá algumas orientações para que ela evite as tensões. Com toda a certeza ela ficará boa desta úlcera, mas se não trabalhar os fatores estressantes que a fizeram criar a úlcera, é quase certo que após algum tempo ela volte a fazer outra úlcera e assim sucessivamente.
Como afirma KARL ALBRECHT, a solução para reduzir e prevenir o estresse está em meios não químicos, práticos e naturais que podem ser aprendidos e utilizados pelas pessoas em todas as áreas da sua vida, resultando em maior bem-estar geral (físico e psicológico) e melhor desempenho no trabalho.
O estresse não está no acontecimento,
mas na sua percepção do acontecimento!
Costuma-se pensar que o estresse é algo fora de nós, que é o acontecimento. Na realidade, o estresse está dentro de nós, na nossa percepção do acontecimento.
Observa-se com frequência que um mesmo acontecimento é um fator de estresse para uma pessoa e não o é para outra. Por exemplo: mudar-se para uma nova residência pode ser motivo de grande alegria para um dos membros da família; outro pode perceber isto como um transtorno enorme, vendo apenas as dificuldades inerentes à mudança; um outro ainda, apesar de querer mudar, sofre emocionalmente por deixar o local em que viveu tantos anos e preocupa-se com o “novo”.
Assim sendo, precisamos trabalhar a percepção das pessoas, dando a elas mais flexibilidade, enriquecer seu modelo de mundo e com isto elevar o seu limiar de resistência aos fatores estressantes.
Outro ponto importante é o autoconhecimento. Conhecendo a sua reação aos fatores estressantes, é possível criar mudanças que lhe permitirão reagir de forma mais adequada, reduzindo e até mesmo eliminando o efeitos negativos do stress.
Criar hábitos saudáveis (exercício físico e sono regular) e uma alimentação balanceada também são muito importantes para prevenir e reduzir o estresse.
Todavia, essas mudanças não ocorrem de um dia para o outro. A pessoa precisa de um certo tempo e de um treinamento para reprogramar seus padrões de reação ao estresse e seu estilo de vida.
A boa notícia é que as ferramentas da PNL e da EFT são excelentes na redução e prevenção do estresse.
Veja o artigo “Reduza o Estresse em Minutos”
Faça o exercício de PNL “Transformando emoções“, que você pode baixar no fim da página de PNL.